A Organização Mundial do Trabalho (OIT) no ano de 2016, divulgou o informe intitulado “Estresse no Trabalho. Um desafio coletivo”, que destacamos as seguintes noções fundamentais:
Saúde: Resulta da combinação de fatores biológicos, psicológicos (pensamentos, emoções e comportamentos) e sociais (socioeconômicos, socioambientais e culturais);
Estresse: É uma resposta física e emocional devido a um dano causado por um desequilíbrio entre as exigências percebidas e os recursos recebidos por um indivíduo para responder a tais expectativas;
Estresse relacionado ao trabalho: É produzido pela organização do trabalho, pela configuração do trabalho e pelas relações laborais. Ele se manifesta quando as exigências do trabalho não correspondem ou extrapolam as capacidades, os recursos ou necessidades do trabalhador ou de um grupo para enfrentar tais exigências não coincidem com as expectativas da cultura organizativa de uma empresa;
Quando a pessoa está estressada, há um aumento maior na produção do hormônio cortisol. O cortisol é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais responsável pela regulação de vários processos que acontecem no corpo. A produção e liberação desse hormônio na corrente sanguínea acontece de forma regular e seguindo o ciclo circadiano, havendo maior produção no período da manhã ao acordar.
Assim, alterações nos níveis de cortisol podem influenciar vários processos do organismo e deixar o sistema imunológico mais enfraquecido, principalmente. Isso porque, dentre outras funções, o cortisol é responsável por controlar o estresse tanto fisiológico quanto psicológico, e por reduzir inflamações.
Portanto, o cortisol alto é muito comum em pessoas que sofrem de estresse, pois o organismo está constantemente produzindo o hormônio para deixar o corpo pronto para resolver as situações estressantes, que acabam não sendo resolvidas.
Durante estes períodos, as glândulas suprarrenais produzem também adrenalina e noradrenalina que, juntamente com o cortisol, provocam algumas alterações no organismo, sendo as principais:
- Aumento da frequência cardíaca: Com o aumento da quantidade de cortisol no sangue e, consequentemente, de adrenalina e noradrenalina, o coração passa a bombear mais sangue, aumentando a quantidade de oxigênio nos músculos. Além disso, como consequência do aumento do cortisol, pode acontecer o estreitamento dos vasos sanguíneos, obrigando o coração a trabalhar mais, aumentando a pressão arterial e favorecendo o aparecimento de doenças cardíacas.
- Aumento dos níveis de açúcar no sangue: Isso acontece porque níveis aumentados de cortisol podem diminuir, a médio e longo prazo, a quantidade de insulina produzida pelo pâncreas, não havendo regulação de açúcar no sangue e, dessa forma, favorecendo a diabetes.
Por outro lado, como aumenta a quantidade de açúcar no sangue, níveis mais altos de cortisol podem aumentar a quantidade de energia disponível no corpo, já que evita que o açúcar seja armazenado e possa logo ser utilizado pelos músculos.
- Aumento da gordura abdominal: A diminuição da produção de insulina, a longo prazo, também pode levar ao acúmulo excessivo de gordura na região abdominal.
- Maior facilidade a se ter doenças: Como o cortisol também está relacionado com o bom funcionamento do sistema imunológico, alterações na sua concentração no sangue podem deixar o sistema imunológico mais fragilizado, aumentando a probabilidade da pessoa ter doenças, como resfriado, gripe ou outros tipos de infecção.
O estresse laboral gera consequências também na esfera jurídica, podendo se avaliar que o trabalhador possa ajuizar ação de reparação por dano moral e material contra o empregador e também avaliar afastamento previdenciário, caso haja incapacidade para o trabalho.